Diversos policiais penais - homens e mulheres - , assistentes sociais, psicólogos (as), professores, enfim, muitas pessoas do sistema penal paraibano, estão se pronunciando no lamento sobre o assassinato da policial penal Edvânia. As forças de segurança agiram rápido e o suspeito, já está preso.
Divulgamos aqui, com autorização da autora, este poema escrito com as tintas da dor, da revolta, da solidariedade, do sentimento de perda.
Uma Mulher, Um Luto
Quando cai uma de nós, a dor é de todas.
Tanta dor que rasga como bala de fuzil,
atravessa o colete e castiga a alma.
Silencia o rádio.
Pesa o uniforme.
E o olhar se perde nas lembranças que não voltam.
Caiu uma mulher — uma policial penal.
Companheira de farda, mulher de fibra,
vítima da covardia de um homem cruel.
Não tombou em combate,
mas por ser mulher — e isso basta para revoltar o mundo.
Entre nós, mulheres da Polícia Penal da Paraíba,
a dor se tornou um grito silencioso.
Mesmo aquelas que não a conheceram
sentem como se tivessem perdido uma irmã.
O luto tomou conta dos corredores,
das escalas, dos plantões.
Nenhuma de nós está ilesa
quando uma mulher é morta apenas por existir.
Mas a dor não nos paralisou.
Os verdadeiros homens se juntaram a nós.
Sentiram nossa dor.
E juntos, homens e mulheres de bem
diligenciaram incansavelmente até a prisão do suspeito.
A prisão trouxe consolo, ainda que amargo.
Justiça não repara a ausência,
mas reafirma que não aceitaremos a impunidade.
Hoje choramos Edvânia.
Rogamos a Deus para não chorarmos por mais nenhuma mulher.
Seguiremos firmes,
na esperança e na certeza
de que a justiça será feita.
Mirtes Daniele – Policial Penal – #Luto #Mulher #Feminicidio
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