Nossa entrevista hoje é com o policial penal Isaias de Figueirêdo. Mais um dos autores do livro Policiais Penais da Paraíba – PERFIS. O guerreiro é um dos instrutores dos quadros da Polícia Penal, integrante e um dos fundadores da Força Tática Penitenciária – FTPEN. Conta tua história Isaias.
Qual foi a impressão nos
primeiros dias ou meses no sistema prisional
paraibano e por onde começou, qual unidade?
→ Antes do concurso para agente penitenciário não havia
policiais de carreira e tive a oportunidade de atuar como prestador de serviço
através do meu pai que era delegado e acompanhei o mesmo em algumas cadeias e
carceragens por onde ele atuava, período onde nasceu o desejo de seguir a
profissão voltada para segurança pública, nessa época, onde tudo era precário e
improvisado, já notava a necessidade de um concurso e de uma organização para essa instituição e tive
a felicidade de ser aprovado
no primeiro concurso
para agente penitenciário do nosso estado.
→ Iniciei minha carreira como policial penal de carreira
(concursado) na Paraíba pela Penitenciária Padrão Regional de Campina Grande
(PPRCG). Ao chegar em meu primeiro plantão
fui impactado por um universo novo, um ambiente cheio de descobertas e
vivências totalmente diferente de tudo que vi anteriormente, mas, como o ser
humano é adaptável, fui me familiarizando e aprendendo junto com os novos
colegas que ali também chegaram, ao ponto de considerarmos nossa segunda casa.
Passados esses anos, quais as funções/cargos exerceu? Nos conte
tópicos de sua trajetória até aqui.
→ Iniciei na PPRCG no plantão ordinário e assumi no mesmo
ano a coordenação de plantão e nesta mesma unidade, posteriormente, a chefia de
segurança e disciplina da mesma. Passado algum
tempo, assumi também a direção
adjunta desta unidade,
minha passagem foi muito
proveitosa e com muito aprendizado onde até hoje coleciono boas
lembranças e boas amizades.
Alguns locais
onde trabalhei:
●
Penitenciária Desembargador Flósculo
da Nóbrega (Roger);
●
Penitenciária Desembargador Silvio
Porto;
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Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1);
●
Cadeia Pública de São Bento;
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Cadeia Pública de Araruna;
●
Penitenciária Regional Raimundo
Asfora (Serrotão);
●
Atualmente faço parte da Força
Tática Penitenciária, grupo no qual ajudei a fundar e que tenho a maior estima,
carinho, dedicação e desejo de permanecer enquanto policial penal em exercício.
→ Vejo o Sistema Prisional Paraibano como uma polícia em
constante evolução e ,comparando aos primeiros anos que assumi, um grande
avanço em todas as áreas
da nossa secretaria, e que alguns pontos
valem a pena destacar:
●
Uma gerência executiva nossa;
●
Uma secretaria executiva nossa;
●
Todas as direções
das unidades compostas
por colegas policiais penais;
●
Uma padronização em constante evolução;
●
Etc.
Nos fale um pouco sobre a missão que depende muito de uma equipe
articulada, qualificada e compromissada.
→ Assumi a direção adjunta da PPRCG onde tive a satisfação
de gerir a unidade de forma parceira com todos os colegas plantonistas
percebendo a necessidade de uma equipe unida para o bom andamento
da mesma; Na oportunidade
participamos de várias capacitações melhorando a qualidade do serviço prestado,
experiência tal que guardo até hoje como uma das mais proveitosas para o
amadurecimento profissional.
Para você, o que representa ser policial penal,
integrar a mais jovem Força
de Segurança Pública da Paraíba?
→ Para mim, ser policial penal é uma missão honrada e
diária, na qual temos vários papéis em nosso ofício, tais como:
ressocializadores, educadores, disciplinadores, dentre tantos outros. Tenho orgulho
da minha profissão que procuro desempenhar com muito afinco a cada
plantão, a
cada dia e a cada ano que passa
me sinto mais orgulhoso da profissão que escolhi; Sabemos
que temos muito a alcançar, barreiras, desejos, sonhos, todos temos e a
nossa esperança é de uma polícia penal cada vez mais reconhecida e preparada.
→ A polícia
penal é uma instituição desafiada constantemente, seja pela opinião pública,
seja pela imprensa, seja por
outras instituições que não conhecem a nossa realidade, porém os desafios
pessoais que encontrei foram de separar o pessoal do profissional, o controle
emocional, de diferenciar o privado de liberdade de seu crime e a mudança no
nosso cotidiano ao assumir a profissão. Vejo muitas conquistas que tivemos ao
longo desses anos e também quanto ainda temos
a conquistar, temos uma janela aberta de oportunidades onde podemos explorar,
aproveitar e mostrar nosso valor para que assim tenhamos uma polícia
penal e um sistema prisional como um todo mais valorizado e eficaz.
→ Confesso que primeiramente fiquei surpreso e honrado pelo
convite, considero de suma importância esse material, pois nossa história é o que nos move e fazer
parte desse trabalho
sem dúvida é uma experiência ímpar.
Já escreveu ou
pretende escrever livro autoral ou com colegas parceiros sobre temáticas
relacionadas ao sistema prisional?
→ Sim, pretendo produzir alguns materiais sobre alguns
assuntos relacionados ao sistema prisional, tais como:
●
Desafios da educação
prisional (profissionais da educação vs policiais penais);
●
Manual prático para coordenadores de plantão;
●
Causos e histórias no dia a dia de plantão;
●
Conversas de alojamento;
●
Manual prático do condutor de veículos de emergência voltado
ao sistema prisional;
●
Escolta segura;
●
Variação Linguística no Sistema Prisional (material já feito).
data de nascimento: 02/03/1982
Graduação em Letras – Língua Portuguesa;
Graduação em Recursos Humanos;
Pós Graduação em Literatura Brasileira;
Pós Graduação em Gestão de Pessoas.
Cursos:
Instrutor de Escolta Prisional;
Instrutor de Direção Defensiva e Evasiva; Instrutor de Relações Interpessoais.
Ingresso no Sistema Penitenciário da Paraíba: 29/08/2012

Trabalho dignificante e muito perigoso, excelente profissional, bela matéria.
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