segunda-feira, 16 de junho de 2025

OPINIÃO - O simbolismo da Loja Novo Tempo e o artesanato feito por reeducandos da Paraíba






Por: Josélio Carneiro



No passado, pode-se dizer, era inimaginável a existência de uma loja de artesanato com produtos exclusivamente feitos por pessoas em privação de liberdade. Por séculos as prisões apenas ‘guardavam’ os presos, eram lugar onde as pessoas cumpriam pena por crime ou crimes cometidos. 

No ano de 1984 surge a Lei de Execuções Penais, uma luz a clarear as celas, os pavilhões, e as mentes dos detentos rumo à ressocialização. 

Nos últimos anos o termo apropriado e mais utilizado é reinserção social. Não com a velocidade, a urgência que a necessidade exige, mas, há novos ares nas prisões. Evoluem ano a ano as políticas penais com avanços nas condições de trabalho dos profissionais dos sistemas prisionais e conquistas das pessoas em privação de liberdade.

Melhorias têm ocorrido nos cinco eixos: Educação, Trabalho, Saúde, Família, Cultura. Na Paraíba o sistema penal acompanha as mudanças que ocorrem nos demais estados e até tem sido protagonista em diversas ações, algumas inclusive premiadas nacionalmente. 

Voltemos à loja. Há exatos dois anos e sete dias – 9 de junho de 2024 – o governador João Azevêdo inaugurava no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, a Loja Novo Tempo. A vitrine para o que de melhor os reeducandos estão produzindo em nossas prisões. 

A existência dessa loja tem um simbolismo excepcional. Um cartão postal, uma amostra em cores, formas e texturas. Você que conhece a loja, indique a outras pessoas, sugira visita. Produtos de qualidade com preços acessíveis. 

Entenda, leia em cada peça, sinta a materialização de vidas transformadas. Alguém que cometeu crime, foi sentenciado pela Justiça, porém, investe em si, acredita no papel do estado em abrir janelas, entregar as chaves da porta de saída. E esse processo passa por atividades educacionais que vão desde a alfabetização aos cursos de nível superior. E a educação nas prisões caminha junto ao eixo trabalho. 

As pessoas egressas do sistema prisional também podem utilizar a loja para expor e vender seus trabalhos.

"É uma loja com produtos fabricados em 22 unidades do nosso sistema. Eu considero esse momento como um passo gigantesco nesses processos de ressocialização, em que estamos verdadeiramente dando oportunidade às pessoas que estão cumprindo sua pena. O reeducando, através de uma renda, tem a possibilidade de ajudar a família, com o trabalho desenvolvido reduzir a sua pena. E a sociedade contribuindo com esse processo fará com que essas pessoas entendam que têm uma segunda chance na vida", afirmou o governador por ocasião da inauguração do espaço.


Já o secretário de Estado da Administração Penitenciária (Seap), João Alves, naquele 9 de junho de 2024 declarou: "A inauguração desse espaço é muito importante, porque está num local de grande movimentação, que é o Espaço Cultural, que dará uma visibilidade enorme aos produtos, baratos e de grande qualidade. Sonhávamos com um espaço como este, por isso é um momento muito significativo".








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